Ovos de ouro
Por Isabel Raia
Fotos: RJ Castilho
Quando chega a Páscoa e as vitrines de lojas especializadas e as gôndolas de supermercado ficam ainda mais coloridas com as embalagens de ovos, logo vêm à memória o sabor das delícias da temporada. Crianças e adultos se recordam do estalo do chocolate ao ser quebrado e da sensação de quando o doce derrete assim que é colocado na boca. Muitos até fecham os olhos para apreciar melhor a lembrança.
Como já é tradição, antes mesmo das prateleiras ficarem completas, Prazeres da Mesa organiza sua degustação às cegas de ovos de Páscoa. Junto a um time de especialistas são eleitos os melhores da época. Para essa edição, foram julgadas apenas receitas tradicionais, ou seja, aquelas que não levam recheios ou ingredientes extras na casca como castanhas ou bolachas, mas apenas o chocolate em si. Ao todo participaram 15 ovos divididos em três grupos: branco, ao leite e meio amargo e amargo.
O júri foi composto pelos chefs Arnor Porto, que hoje elabora sobremesas para restaurantes de São Paulo; Bertrand Busquet, consultor técnico da Barry Callebaut no Brasil; chef Lucas Corazza, um dos grandes especialistas do assunto no Brasil; pela blogueira Danielle Noce, do ICKFD (www.icouldkillfordessert.com.br) e pela leitora vencedora da promoção de Prazeres da Mesa, Denise Caprecci, além desta repórter.
Cada um deu uma nota de 1 a 5 para a aparência, textura, sabor, aroma e para o trabalho com o produto. Ao final obteve-se a nota média de cada ovo e, assim, os vencedores foram definidos. Para auxiliar na tarefa, fatias de maçã estavam disponíveis para limpar o paladar entre uma mordida e outra.
No geral, os chefs comentaram sobre a dificuldade de temperar o chocolate no Brasil, devido à condição climática. “É muito difícil trabalhar com o chocolate por aqui, precisamos adaptar para as altas temperaturas brasileiras”, diz Danielle. Temperar o chocolate é um processo em que ele é derretido e depois levado a uma base fria para que as gorduras da manteiga de cacau fiquem estáveis e garantam o brilho da iguaria, sem que fique branco ou derreta facilmente.
Outro ponto destacado foi o manuseio ao preparar os ovos. “As pessoas precisam ficar atentas para não demorar entre a aplicação de uma camada e outra do chocolate na forma, senão a casca fica dividida quando é quebrada”, conta Bertrand. Para Lucas Corazza, é preciso ter proporção na quantidade de chocolate. “Há ovo com a casca muito fina nas pontas e extremamente grossa no meio, o que até dificulta na hora de quebrar o chocolate para comer.”
Muito próximo de ganhar como o melhor ovo ao leite da temporada, o Tchocolath se destacou por derreter facilmente na boca e ter sabor equilibrado. Já a surpresa ficou à cargo do ovo Charme da Village que também apresentava bom derretimento na boca e aroma e sabor agradáveis.
Os jurados também teceram comentários específicos sobre alguns ovos. É o caso ovo amargo da Jelly Bread que foi destacado por causa do bombom que trazia. “Foi a melhor parte para mim”, conta Lucas Corazza. “O bombom estava uma delícia”, afirma Danielle.
Já Denise destacou o Ovo Suklaá Branco, além dos vencedores. “Sabor agradável, não muito doce. Bem equilibrado por ser chocolate branco.”
* Os preços foram pesquisados em fevereiro de 2015 e estão sujeitos à alteração