Frescor e picância na medida. Conheça o azeite Lagar H
O azeite Lagar H, envasa apenas o melhor de cada colheita em safras especiais
Por Pedro Melo
O mercado de azeites no Brasil continua fazendo uma pequena revolução no que diz respeito às marcas feitas aqui. Regiões produtoras vão aparecendo, como as da Mantiqueira, em São Paulo, as do Rio Grande do Sul, e as de Minas Gerais; mas Santa Catarina e Rio de Janeiro já estão entrando no jogo. Nossos produtores estão conhecendo mais as variedades de olivas e os terrenos nos quais elas mais bem se adaptam. Com isso, a produção cresceu e a qualidade subiu bastante. Já temos quase 80 marcas sendo distribuídas e outras sendo lançadas.
É o caso da Lagar H, da família Haas, feita em Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul. A empresa produz apenas o tipo extravirgem, de alta qualidade e com tiragem limitada. E os produtos chegaram ao mercado em grande estilo. Sua embalagem é linda e o sabor agrada em cheio, pelo frescor, pela picância na medida e pela boa intensidade. A diretora e azeitóloga Glenda Haas comanda todo o processo e divide a produção por lotes, para elaborar dois tipos: um é o blend da safra e o outro o monovarietal. Outros tipos serão lançados em breve. As olivas estão plantadas em oito parcelas, divididas pelas variedades Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Coratina, Manzanilla, Frantoio, Picual e Grappolo. O blend é feito com uma seleção especial das melhores e de maior produção de cada variedade, buscando extrair o melhor de cada uma delas. Já a ideia inicial com a monovarietal da safra, é selecionar depois da colheita a variedade que mais se tenha destacado em produtividade, frescor e sabor. Neste ano, a escolhida foi a Koroneiki, de origem grega.

Os 70 hectares de olivais da família Haas estão localizados em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, e hoje formam uma linda paisagem, em conjunto com o Rio Jacuí, outro patrimônio da região. O local foi o escolhido porque seu clima se assemelha muito ao de algumas partes do Mediterrâneo, de onde saem alguns dos melhores azeites do mundo. Os olivais foram pensados para se conseguir o máximo de qualidade, com bom espaçamento e podas diferentes, que permitam mais a entrada dos raios solares e tenham boa ventilação, o que garante o bom amadurecimento das olivas.
A colheita é feita parte manualmente e outra semimecanizada. Detalhe: com o chão forrado, o que evita o contato das azeitonas com a sujeira do solo e garante a rápida retirada do campo, não permitindo danos ou princípio de oxidação. O transporte também é cuidadoso, feito em caixas pequenas e ventiladas, evitando que amassem ou fermentem. Quando chegam ao lagar são resfriadas e extraído o óleo no mesmo dia. Em seguida, o líquido é conservado em tanques com nitrogênio, controle de temperatura e sem contato com a luz.
Os dois tipos
Agrada bastante pelo conjunto harmônico. É elegante, por ser bastante delicado e aromático, com fruta na medida. No aroma, lembra amêndoas, ervas variadas e notas de alcachofra. No paladar, é suave, com sabores herbáceos e picância média. Perfeito com saladas, peixes e aves.
Feito com a grega Koroneiki, que tem aromas frutados intensos, que lembram muito o tomate, frutas secas e verduras frescas. Marcante ao paladar, com mais picância, corpo e intensidade. Combina com pratos de carne vermelha, queijos, como o parmesão, o da canastra ou o pardinho, e até com chocolate.

A “enóloga” do azeite
O termo azeitólogo ainda é pouco utilizado no Brasil, mas a função pode ser muito comparada com a de um enólogo. O profissional precisa entender o solo, a variedade que vai escolher e, claro, sentir a safra. Essa missão no Lagar H é de Glenda Haas, advogada e administradora, que precisou entrar de cabeça no projeto e estudar muito sobre o universo da olivicultura. Ela se especializou nos Estados Unidos, Itália e Portugal, quando aprendeu, principalmente, que precisaria estar presente em cada etapa do processo, para entender o ciclo da natureza e formar equipes para cada estágio do processo. “Embora eu gostasse da área que atuava no direito, sempre achei que acabaria fazendo outra coisa, sem saber muito bem o que”, lembra Glenda. “Quando meu pai falou sobre o azeite, a primeira coisa que fiz foi estudar sobre o produto. Descobrir que sabemos muito pouco sobre o que consumimos fez com que eu fizesse escolhas mais conscientes”. Ela não parou mais de se interessar e estudar o assunto, agora, por exemplo, está interessada em entender e saber mais sobre cada variedade. “Temos muita pesquisa de variedades ainda para ser feita no Brasil” explica ela. “Neste momento a arbequina e a koroneiki são variedades que tem se destacado em termos de produtividade. Em relação a qualidade, todas são excepcionais tendo uma boa fruta de um olival bem cuidado e extraindo o azeite com conhecimento e tecnologia o que se destaca são perfis distintos que podem ser apreciados nos mais diversos pratos”.
Até agora, já são oito os prêmios internacionais de qualidade recebidos, o que mostra que o trabalho de Glenda já nasceu campeão.
Vendas: lagarh.com, com entregas para todo o Brasil.