MEATPACK
Informações | |
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Cidade: | Curitiba, PR |
Endereço: | Avenida Vicente Machado, 841 |
Site: | meatpack.com.br |
Telefone: | (41) 3043-0912 |
Por Isabel Raia
Fotos Ricardo D’Angelo
Agitado e sempre com planos em mente, Rodrigo Martins acumula casos de sucesso em seu currículo, incluindo os seis anos em que, com Jefferson Rueda, esteve à frente da cozinha do Pomodori, em São Paulo, e do trabalho com o grupo Vino!. Hoje em Curitiba, o paranaense quer popularizar a boa gastronomia brasileira. “Como diz o Laurent (Suaudeau, um de seus mestres na profissão), precisamos desatolar a vaca atolada. Minha base é francesa, mas gosto da culinária do Mediterrâneo e da cozinha de avó. No Meatpack, ofereço comida gostosa e informal”, diz, referindo-se à casa de sanduíches feitos com produtos artesanais.
A ideia do espaço começou com os embutidos, que eram produzidos na companhia de Elis Ribas, por hobby. O problema, porém, é que a cada teste eram feitas 100 linguiças e, para escoar a produção, a dupla começou a participar de feirinhas, nas quais servia no pão as criações de cerca de 30 centímetros de comprimento. “Fazíamos de carneiro, leitão, vitela, ibérica (que tem como base porco, boi e bacon), e vimos que as pessoas pediam mais”, diz Rodrigo. Então, começaram a incrementar o sanduíche com a criação de molhos, salsicha Vienna, até o sucesso fazer nascer The Meatpack House.
O espaço sem mesas ou lugares para sentar propõe comer em pé, enquanto toma um dos chopes artesanais e conversa com os amigos. “Aqui é a terra da cerveja, e o pessoal bebe na rua. Nosso segredo é pegar bons ingredientes e produtores para fazer as linguiças, salsichas etc.”, afirma o cozinheiro, que não deixa de servir um dos carros-chefes curitibanos, o pão com bolinho, empanado, feito com carne de peito bovina, costela e ponta de agulha, pão e ovos. Para agitar mais a agenda da casa, semanalmente, outros chefs são convidados a preparar novos sanduíches que entram no cardápio por uma noite.
Filho pródigo
Apesar de sempre ter mantido contato com a cozinha profissional, Rodrigo sentia falta de viver a rotina gastronômica, de cozinhar o dia inteiro e ver a felicidade do cliente saboreando um prato feito por ele, com olhar incrédulo e surpresa em relação ao sabor final da receita. “Cansei das consultorias. Dediquei 20 anos de minha vida a elas e agora pretendo doar outros 20 anos às caçarolas”, diz o chef, que assumiu no início do ano, em parceira com os irmãos Ivo e Ivan Lopes, a chefia do Mukeka, restaurante curitibano com foco na culinária brasileira. Martins contou que vai respeitar os contratos de consultoria abertos e, quando eles encerrarem, avaliará o que vai continuar ou não. “O Meatpack fica normal. Está andando com as próprias pernas e é um excelente projeto.” O que muda do Rodrigo do Pomodori para o de hoje? “Paciência, disciplina e gestão”, afirma.